segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Djing

Eu sou dj há alguns anos. Desde muito novo que tinha o sonho de o ser, mas também desde muito novo que fui adquirindo conhecimentos para que um dia mais tarde o pudesse ser. Já antes de ser dj, dialogava com outros djs e tinha conhecimento para os confrontar.
Bem... Já lá vão quase seis anos desde o dia (noite) em que dei o primeiro passo nesta vida. Não sei a data em concreto, mas também não faço questão de comemorar o meu "aniversário de carreira" (aliás, acho isso uma idiotice tratando-se ainda de uma carreira embrionária).
No início foi difícil, tive uma residência mas raramente conseguia passar mais de meia-hora de house. Portanto, tive de treinar muito os sábados à tarde para em apenas trinta minutos mostrar ao público o que valia. Custou, sinceramente custou bastante mostrar que eu sabia, mostrar que tinha técnica. Mas, como em tudo na minha vida, consegui!
A partir de certa altura tudo mudou. Consegui mostrar ao público que tinha técnica, que era criativo. Isso beneficiou-me porque deixei de ser "o puto que fechava a casa" para me tornar num verdadeiro "dj residente".
Com o passar do tempo fui ganhando cada vez mais espaço e foi obtendo cada vez mais respeito de quem me ouvia. Não demorou muito tempo e era a pessoa com mais técnica na casa onde trabalhava (e falo de três djs residentes mais uma dúzia de "amigos da casa" que também lá estavam sempre metidos).
Ora bem, e isto tudo para dizer o quê? Fácil: que me orgulho de como comecei no djing e do dj que sou. Não tive de tirar um "curso de meia-dúzia de semanas", nem tive de vender a minha imagem, não o fiz pela fama nem pelo dinheiro. Pura e simplesmente sou dj porque gosto, porque estar numa cabine, para mim, é estar num mundo aparte.
Contudo estou um pouco desiludido com os djs de hoje em dia. Limitam-se à playlist da nova era, limitam-se ao cd e ao mp3, não vendem o trabalho - oferecem-no, só arranjam trabalho através dos conhecimentos, vendem a imagem acima da técnica, não transmitem cultura ao público. E eu penso: onde é que isto vai parar?
O público é estúpido! (Sei que é uma afirmação um pouco forte mas é a verdade. Fora as minorias cultas, o público em geral é totalmente estúpido musicalmente falando). Ora, o trabalho do dj é precisamente o de educar o público, de transmitir cultura e vanguardismo na maneira como trabalha e na música que passa.
Hoje em dia há poucos bons djs e muito menos bons residentes. Pior ainda: há poucas casas de jeito. E o que me atormenta é que alguém criativo e revolucionário não tem espaço para mostrar o seu trabalho, porque simplesmente não vende a imagem, mas vende uma novo conceito, vende o futuro!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Hi5

Bem, sobre este assunto sinto-me à vontade para falar. No dia em que me registei no Hi5 este apenas se tratava de uma comunidade muito restrita. Digamos que se limitava a um projecto embrionário do que viria a tornar-se a decadência total.
Durante alguns anos tive o meu "profile" em branco, sem nenhuma informação ou fotografia. Não sentia necessidade disso, nem tão pouco sentia necessidade de pertencer a esta comunidade. Registei-me porque fartei-me do "spam".
Mas, afinal de contas, o que é o Hi5 hoje em dia? É a podridão total! De uma ponta à outra a única coisa que conseguimos encontrar é o exibicionismo.
Hoje em dia qualquer mulher (ou miúda) tem fotografias em poses provocantes para aliciar os comentadores, existe quase que uma guerra para ver quem tem mais comentários. Qualquer homem (vulgo miúdo) passa horas a ver as fotografias da população feminina desta comunidade e a escrever comentários "fofinhos" para demonstrar carinho, na tentativa de realizar conquistas.
Na realidade o Hi5 não passa de um exacerbado requinte de vaidade. Da mesma forma que as pessoas se vestem com a melhor roupa para ir à missa, o Hi5 serve para mostrar a futilidade de cada um. Não se consegue conhecer ninguém por este meio, a ignorância expressa nos perfis é tal que, muitas das vezes, dá-me vontade de rir.
Quantos são os que têm no seu Hi5 algo que impinja cultura? Nenhum!

Suicídio

Hoje li no jornal que a cada dia seis pessoas cometem suicídio e que as depressões psicológicas são a segunda causa de morte em Portugal. De facto são números alarmantes, mas de certa forma compreensíveis visto o estado económico do nosso país e a mísera que somos obrigados a suportar.
Mas o que mais me intriga é o facto do suicídio, o ter coragem para se libertar do físico e deixar o espírito voar livremente.
Segundo a lei, suicídio é um crime. Dizem os legisladores que não posso atentar contra mim. Mas será mesmo um atentado ou será meramente uma benesse? Será assim tão grave libertarmos-nos de um corpo/mundo decadente?
Tudo se resolve mas, contudo, há situações em que a única felicidade é deixar a podridão humana e viver apenas em espírito. Não condeno quem tem coragem para o fazer, pelo contrário - valorizo imenso.
Há, no entanto, pessoas por quem choro os meus lamentos: os que têm coragem para se suicidar mas que não o podem fazer porque têm pessoas que dependem do seu trabalho, da sua presença, da sua ajuda. Choro as minhas lágrimas por estes que têm de penar no mundo mortal e enfrentar os longos dias.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O canto da sereia

Que sereia é essa, que a cada passo que dou ouço o seu canto?
Da mais escura das trevas ouço o estridente cantar de alguém que me alegra. Não a vejo, apenas a ouço. O cantar não me é estranho, jurava por mim mesmo que já o ouvi bem de perto. Mas porque estranho o seu canto se o conheço?
Sigo, caminho... Comigo levo esse cantar de sereia que anima a vida, não o consigo tirar dos ouvidos, da cabeça, dos lábios. Não sei o que ouço em concreto, mas sei que me acalma. Estranhamente sinto-me feliz...
Ficarei eu pasmado por saber que tudo não passará de um sonho?

Mais um dia.

Acordei para mais um dia! Será que fiz bem ou será que fiz mal?
Será que este dia me trará a alegria de o poder viver, de o poder sentir? Será que hoje acordo e vejo um mundo belo, cantante e lustroso à minha volta? Terei, eu, o prazer de sair de casa e sentir a vida da Natureza nas minhas mãos como se de Deus me trata-se?
Quero, sem dúvida, sair à rua e respirar o dia. Quero viajar pelo mundo numa rota sem rumo e sem regresso, quero esquecer tudo o que me preocupa e preocupar-me com o "nada". Quero afogar-me no meu sorriso sem perceber, contudo, porque me rio. Quero ser feliz e viver este dia como se fosse o último, pois não sei se não o será mesmo!
Será este dia de euforia que me espera ou será o seu oposto? Serei feliz durante o dia de hoje ou mergulharei na escuridão e na amargura?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Vida para além da morte

Acreditam?

Porque tanto se fala na vida para além da morte? Porque falam da metamorfose do físico num espírito apenas aquando a morte do corpo físico?
Já pensaram na vida que nos transcende? Se temos alma, não é um tiro que a matará!
É com desgosto que vejo hoje em dia uma sociedade rendida ao catolicismo exacerbado. Nascem filhos de pais católicos, têm obrigatoriamente de ser católicos. Aos descrentes chamam-lhes "católicos não-praticantes". Mera estupidez de quem não sabe pensar sobre aquilo em que acredita.
Fico triste, novamente, de ver ao ponto a que a estupidez humana chega. Eu penso, crio. Não me limito ao que "já está feito".
Custa! Verdade que custa, mas não há nada que satisfaça a sensação de sermos pessoas dignas de inteligência, de sermos pessoas com ideias, de, no fundo, sermos conscientes.
Não sou mais do que ninguém, não vivo "além-fronteiras". Mas sei que elas existem e sei que as consigo transpor.
Recordo-me que já desde criança que construo o meu "mundo", que crio a minha opinião sobre o que observo. Demora até chegar a um consenso comigo mesmo, mas é esta luta que me faz consciente. E este perpétuo pensar que faz de mim algo imortal. E vós? Temeis a morte?

Eu....

Quem me conhece sabe que eu escrevo (mas com caneta e papel, a verdadeira escrita). Quem me conhece um pouco melhor sabe que escrevo com seis nomes (quatro heterónimos, um pseudónimo e o ortónimo - desmultiplicação do "eu"). E quem me conhece mesmo bem sabe que cada um desses nome representa uma fase de pensamento/sentimento.

Pois bem, aqui vou escrever sempre "eu". Mas no fundo este blog é algo sem grande arte, limita-se a uma transmissão de pensamentos.

Escola

É com saudade que recordo, hoje, os dias de loucura que vivi na escola. Gostava daquela vida de inconsciência, de total despreocupação... Velhos tempos!
Mas há coisas que me fazem confusão: porque é que 90% dos meus amigos andam na faculdade e eu não? Como conseguiram essas pessoas enganar o sistema de ensino?
Bem... Lido com algumas dessas pessoas quase todos os dias, sei que são pessoas despidas de cultura, que são incapazes de formular uma opinião recorrendo apenas ao seu pensamento. Por norma só conseguem dar opiniões sobre assuntos em que só existam duas possibilidades de resposta. Assim conseguem... Mas nunca pensaram se poderá existir ou não uma outra possibilidade de resposta. E porquê? Porque isso implica pensar. E poucas são as pessoas que pensam. O acto que introverter-se e meditar sobre o mundo (ou sobre o que o transcende) é que nos faz evoluir.
E onde é que eu fico no meio disto tudo? Fico na parte dos excluídos, sinto-me inferiorizado pela sociedade por ainda não ter completado o 12º ano. Por mais que demonstre cultura e que não permita que consigam superiorizar-se a mim, por mais que tente acabo por ser discriminado.
É triste vermos o poder que um canudo pode ter, o valor que um estatuto social nos pode dar. Mas eu sou contra tudo isso. Sou contra o comercialismo, sou contra o consumismo, sou contra um sistema de ensino "democrático"...
A democratização do ensino fez com que a pessoa mais estúpida à face da terra consiga tirar um curso superior. E depois? Depois trabalha como um autómato até ao final da sua vida, utilizando uma infima parte dos conhecimentos que deveria ter adquirido.
Detesto o consumismo, acho que nos devemos concentrar em gastar o nosso dinheiro em bens básicos. Livros, música...
Também detesto uma coisa chamada "moda". Eu ando sempre de calças largas e sapatilhas, isso torna-me alguém diferente? À luz da sociedade sim, mas face a mim mesmo continuo exactamente igual quer use fato ou use calções.
Hoje em dia pouco se valoriza o intelecto, porque, cada vez mais, este não é necessário para as tarefas mundanas.

Bem...Bom...

Bem... Antes que alguém critique, eu tenho o tique intelectual de começar as frases por: "Bem..."; "Bom..."... Portanto, dois ou três parágrafos emparelhados é bem bom. (lol)
Bom... Como, volta e meia, tenho uma vontade louca para escrever decidi criar um blog. Andei a ler blogs de amigos meus e lembrei-me que escrever sem saber quem nos lê deve ser fixe. O que mais me cativou foi mesmo a ideia de escrever e ninguém ler. (lol)
Bem... O meu blog vai servir para expressar as coisas mais estúpidas que me vieram à cabeça, e no auge pode até ser que eu faça aqui um strip.
Bom, agora vou aprender mais umas palavritas para que no próximo post quebrar o bem bom. (lol)